A Deusa das Fendas – Capítulo 16

A Oferenda Silenciosa.

🌒 A Deusa das Fendas – Capítulo 16

Na décima noite após o retorno da luz, o Grande Carvalho voltou a respirar. A clareira inteira pulsava como um tambor ancestral. As raízes emergiam da terra como dedos arqueados, e o chão vibrava como uma pele prestes a se romper.

As crianças foram as primeiras a notar. Nara parou de andar e simplesmente apontou para o centro da árvore. A fenda antiga, que outrora se fechara sobre Enid, estava novamente aberta.

Mas desta vez, algo saía de dentro.

Do interior escuro e úmido surgiu uma figura. Era alta, curvada, mas de postura solene. Seu corpo parecia esculpido da própria terra: pele feita de casca e barro, cabelos longos como raízes, adornados com fragmentos de ossos antigos. Seus olhos eram vazios, e ainda assim, tudo nela via.

Ela caminhou entre os presentes sem pressa. Nenhuma criança recuou. Nenhum adulto se moveu. Havia uma presença nela que não permitia reação imediata. Era como se todos já soubessem que ela viria. Como se sempre tivesse estado ali, esperando o tempo exato para voltar à superfície.

Ela se apresentou sem nome.

Eu sou a que foi antes dos nomes. A que se deitou sob a primeira pedra. A que ouviu o sangue cair antes da primeira colheita. Sou mãe dos pactos. Guardiã dos esquecimentos.

Sua voz era antiga, mas não quebrada. Ressoava dentro do peito, e não no ar.

Veio exigir renovação. Não de oferendas de sangue, mas de consciência. Disse que o ciclo estava incompleto, não por ausência de sacrifício, mas por ausência de verdade. O povo oferecia corpos, mas não oferecia memória. Oferecia medo, mas não oferecia presença.

Ela apontou para o céu e disse que até o sol se curvou para ouvir.

Pediu um novo tipo de oferenda. Um que não envolvia mortes, mas entrega. Cada habitante deveria oferecer à terra aquilo que escondia de si mesmo. Suas mentiras, suas culpas, suas vergonhas enterradas como sementes podres.

A oferenda agora seria interna. E seria contínua.

Darina se ajoelhou diante da figura. Seus olhos cheios de lágrimas. Ela perguntou o que aconteceria se a aldeia recusasse.

A Deusa respondeu apenas com silêncio.

E então caminhou de volta até a fenda. Antes de desaparecer, ergueu a mão e de seus dedos caíram pequenos fragmentos de pedra vermelha. Onde tocaram o solo, brotaram flores negras, de pétalas espessas e aroma doce como veneno.

No dia seguinte, todos os habitantes encontraram em frente às suas portas um objeto que acreditavam perdido havia anos.

Um caderno. Um colar. Uma carta não enviada. Um espelho.

Tudo que havia sido enterrado em silêncio, a terra havia devolvido.

Era o começo da nova colheita.

E desta vez, o que brotaria seriam verdades.

A Deusa das Fendas – Capítulo 16

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